HumAna

Ana Paula Dias

Designer Gráfica, Web Designer, blogueira

Desde 2005 



_____________________________________________________

Quando passa da hora de acabar


As pessoas usam de alguns parâmetros para identificarem como “bom” ou “ruim” o andamento de seus relacionamentos afetivos. Se as coisas estão indo rápido demais, devagar demais. Se é adequado ou não, pensar ou falar cada assunto, de acordo com o andamento da relação. Mais ainda, se o que sente é verdadeiro ou não, sempre fazendo uma correlação com o tempo vivido juntos.

Alguns parâmetros irônicos já foram quebrados, outros nem tanto. Algumas pessoas aceitam com naturalidade, por exemplo, sexo no primeiro encontro, sem que isso possa interferir numa possível relação amorosa que possa estar iniciando concomitantemente. Outras já vêem esta atitude com maus olhos.

Depois, vem a fase de definir os sentimentos. Tem gente que se apaixonam rapidamente, outros nem tanto. Tem os que demoram a se apaixonar, mais ainda a perceber. E até os que (pensam que) nunca se apaixonam. Com o tempo, sabemos que a paixão tórrida e carregada de projeções do parceiro sonhado e idealizado dá espaço ao parceiro de verdade. Parafraseando Caetano, “com todas as dores e delícias de ser quem se é”. A configuração inexata entre as dores e delícias de nosso parceiro, simplesmente vão se encaixando com as nossas, resultando na fase mais decisiva de uma relação: ou a paixão acaba de vez, você olha pro lado e nem reconhece mais o que viu naquela pessoa ou... Bem vindo a calma serenidade do entendimento maior de si, do outro e do amor.

O amor baseado em todas as curvas e vírgulas, estruturado-se entre poréns nos alicerces da paciência mútua. O amor trabalhado nos altos e baixos, porém jamais no tombo final. Muitas vezes o relacionamento acaba, mas o amor, não. 



















Porém na prática, nada do que foi citado acima pode ocorrer nesta ordem. Por mais relacionamentos que você tenha vivido, pretenda ou deseje viver, saiba que alguns são fáceis de começar, levar e terminar. Outros viram todas as teorias de ponta cabeça.

Por mais complicado que sua relação esteja, tenha em mente que os únicos que podem avaliar se ela é válida ou não, são apenas vocês dois. Dane-se rótulos, paradigmas, conselhos. Viva de forma que, se por acaso der errado, você saia de cabeça erguida com a certeza de que tentou tudo o que pode, mas não ultrapassou os seus limites.

Ai está o principal drama de muitos términos de relacionamentos. Quando os parceiros, no desespero de dar andamento ao que parece cada vez mais inerte, passam por cima de si mesmos. De suas próprias vontades, convicções, limites, de tudo que é tão seu. Se a pessoa que faz isso, ainda o fizesse sabendo o risco que corre e que, assim como um jogo, ele pode ganhar ou perder, talvez não atirasse em cara mais tarde tudo o que ele fez – tudo o que ele agrediu a si mesmo por que quis – pela outra pessoa.

Eis o ponto mais difícil de um rompimento: a falta de respeito mútua, que nasceu justamente quando se perde o respeito por si mesmo. Limites são extrapolados e uma nova e assustadora realidade pode pairar no horizonte. Agora o amor deu lugar a raiva, a dor, a culpa, até mesmo ao ódio. Às vezes pelo calor do momento apenas. Exacerbam-se depois de uma boa noite de sono-choro.

Porém o que pode ser uma discussão, também virar um barraco geral. E deixa rastros de mágoa em pessoas próximas que não têm absolutamente nada a ver com o problema. Sabe-se que casais usam os filhos entre si como escudo ou mesmo como fonte de provocação. Hoje cada vez mais fala-se em alienação parental, a prática abusiva onde um dos pais coloca o filho contra o outro, coagindo emocionalmente e causando distúrbios por vezes incorrigíveis.

Até que a falta de respeito não somente gera dor emocional, mas também física. Exemplos que nos chegam todos os dias pelos noticiários, mas que não podemos achar que são apenas estatísticas. Lembre-se: agressores e agredidos anteriormente foram expectadores dessas notícias talvez sem imaginar que pudessem acontecer com eles mesmos. Será que eles tiveram tempo de ter em mente que todos os limites haviam sidos ultrapassados drasticamente?

Quando chegamos muito perto, ou vamos além do que poderemos agüentar, a dor é inevitável. Não se machuque ainda mais do que a situação por si só já é capaz de machucar. Lembre-se que sozinho (a), ninguém morre de amor. Mas, mal acompanhado (a), não temos como ter certeza disso. Literalmente.

Não deixe que o limite final chegue. Saia da relação de cabeça erguida. Você não precisa se tornar amigo (a) de seu ex, mas também não precisa chegar ao ponto de desejar vê-lo o mais longe possível. O ponto de equilíbrio é justamente, passar por cima de qualquer diferença ou dor, mas jamais, por cima de si mesmo.

Ana Paula Dias




_____________________________________________________ 

____________________________________________________

"Só é possível te amar"

A cantora brasileira Cássia Eller não deixou apenas um legado cultural inestimável, com interpretações viscerais inesquecíveis.  

     Após sua morte em 29 de dezembro de 2001, aos 39 anos, por infarto do miocárdio – apontado pelos legistas do IML, que descartaram uma eventual overdose de cocaína - sua família ficou menor. Restava agora apenas sua companheira por 14 anos, a mineira Maria Eugênia Vieira Martins, e seu filho Francisco Eller, o Chicão – fruto da relação proposital com o baixista Tavinho Fialho, o qual faleceu em acidente automobilístico meses antes do nascimento do filho.
     Poucos meses após a perda, Maria Eugênia teve que enfrentar na justiça o pai de Cássia, o militar reformado Altair Eller, na disputa pela guarda definitiva de Chicão. A mãe da cantora, Nanci Eller, bem como suas irmãs, apoiava que a guarda continuasse com Maria Eugênia, a qual o menino sempre chamou de mãe desde que nasceu. Para facilitar o acordo, o juiz da 2ª Vara de Órfãos e Sucessões do Tribunal de Justiça, Luiz Felipe Francisco, inverteu a ordem dos depoimentos e Chicão, em vez de último, foi o primeiro a falar. “Ficou clara a pretensão dele de ficar com Maria Eugênia” -  explica o magistrado. O juiz convenceu Altair Eller a assinar um acordo para transferir a tutela definitiva do neto para Maria Eugênia e poderá vê-lo duas vezes por ano, durante as férias escolares.
     Ainda que esperada, foi uma decisão inédita. Pela primeira vez a Justiça brasileira concedeu a uma mulher tutela definitiva do filho de sua companheira.
     Ao ser perguntada se a vitória judicial influenciou pessoas em situações semelhantes, Maria Eugênia afirma: “Os mais preconceituosos pensam em homossexualismo beirando a promiscuidade, vulgaridade. Isso serviu para mostrar que existe uma família homossexual. Assim como existem homossexuais promíscuos, há heterossexuais promíscuos e homossexuais e heterossexuais família. Não é a condição sexual que determina, mas cada pessoa.”

Adoção por homossexuais, o que diz a lei

     No Brasil, quando um casal homossexual decide adotar uma criança, o pedido da adoção sai, na maioria das vezes, no nome de um dos pais, com a condição sexual e de casal no laudo enviado ao promotor e ao juiz. Essa situação é no mínimo estranha. Aos olhos da Justiça, o casal não existe, apesar de existir. "Acho uma hipocrisia não poder entrar com pedido em nome dos dois. É a Justiça não enxergar a realidade", condena a desembargadora Maria Berenice Dias. O laudo das psicólogas pode atestar a união, porém apenas um terá a guarda.         
        No caso de separação, a criança fica com o adotante. O outro não tem direito à visitação nem obrigação de pagar pensão alimentícia.
        A atuação da Justiça é sempre importante em casos polêmicos. Aumenta a chance de corrigir situações como a de herança e estimula a sociedade a discutir o tema e aos poucos perceber que não é possível ignorar uma realidade. "Quando o juiz determina que tal situação é aceitável, dá mais transparência ao tema", acredita Maria Berenice. Mas quando se trata de gays a questão ainda é delicada. No Censo Demográfico de 2010, foi a primeira vez que o IBGE contou casais homossexuais que vivem no mesmo teto.
        Já a psicóloga Anna Paula Uziel, analisou oito processos de adoção, solicitados por homossexuais nos anos 90, no Rio de Janeiro. Sete eram de homens e um de mulher. Todos foram aprovados. Porém quando quem solicitava era homem, as exigências de psicólogos e assistentes sociais aumentavam.  

Ana Karolina Lannes, atriz mirim de "Avenida Brasil", conta como é ser criada por dois pais

      A atriz Ana Karolina Lannes, de 11 anos, que vive a pequena Ágata na novela “Avenida Brasil”, contou como é conviver com dois pais, o comissário de bordo Fábio Lopes, de 35 anos, e seu companheiro João Paulo Afonso, 30: “É tranquilo. Eles têm atitudes normais de pais: educam, repreendem, dão amor, carinho, ajudam quando preciso me arrumar. Tive uma babá que falava: 'Coitada de você quando menstruar e for namorar. Imagine você sozinha com dois homens (risos)!' Mas tenho certeza de que, quando isso acontecer, eles vão saber o que fazer”, declarou Ana.
      Quando tinha apenas 4 anos, Ana Karolina perdeu a mãe, Liane Lannes, e nunca chegou a conhecer o pai biológico. Foi então que seu tio, Fábio Lopes, resolveu pedir sua guarda. ''Seis meses antes de a minha irmã falecer, ela pediu que, caso algo acontecesse, era para eu cuidar da Ana. Lutei muito pela guarda. O juiz não queria me dar'', comentou Fábio.
      Para Ana Karolina, morar com dois pais não foi nenhum problema. “Depois que começamos a criar uma relação afetiva e vi suas atitudes como pai, a adaptação foi fácil”, conta a jovem atriz.

_____________________________________________________

 _____________________________________________________

 (Maus) Hábitos Virtuais

Começo ressaltando uma peculiaridade dessa rede social, o Facebook.

Quando entrei para o mesmo em janeiro de 2010, percebi que as postagens eram mais sérias, concisas, com amigos em que eu poderia mais do que trocar figurinhas - no sentido conhecido como trocar experiências, claro. Eu teria mais chances de aprender com as experiências dos que me cercavam virtualmente.

Hoje, fico espantada e por vezes desanimada, com o conteúdo, em sua maioria “figurinhas compartilhadas a reveria" entre os perfis.
São piadas óbvias, muitas vezes forçadas. Modismos que se repetem.



Se este servidor guarda zilhões de fotos, pois era este mesmo o objetivo de Zuchermann: "criar o maior servidor de compartilhamento de fotos", será que o empresário poderia imaginar quantas vezes piadas fracas ilustradas precariamente seriam hospedadas por ele?

Acredito que o uso da redes sociais, assim como a prática da leitura convencional, possa estar diretamente ligada à cultura e grau de escolaridade de um país.

Meses atrás, li a postagem de uma amiga, que dizia "interessar-se muito mais pelos perfis de pessoas que escrevem do que das que compartilham imagens".

Na hora, achei que poderia se tratar de um comentário um pouco radical. Afinal, qual o problema de uma boa piada?

Hoje, tenho que concordar plenamente.

Algumas das imagens mais compartilhadas, curtidas e repetidas recentemente: filhotes de animais, imagens religiosas, orações ou correntes, propagandas eleitorais e, claro, as que eu acho mais "pé no saco" - as fotos de artigos à venda.

Infelizmente, poucos se dão ao trabalho de escrever o que realmente sentem, pensam, acham ou não acham. “O que você está pensando agora?” quase nunca é respondido pelos usuários.

Nem mesmo o aumento do número de caracteres por postagem para 5 mil incentivou o usa da linguagem escrita. Um grande espaço, diga-se de passagem. Muitas matérias de revistas ou jornais possuem espaço menor para divulgação. Com certeza, um bom espaço para comunicar-se sem receios. Coisa para geminiano nenhum botar defeito.

Ops, esqueci as postagens sobre signos:
"Clique em nossa página e descubra a calcinha de cada signo".
Eu sei o meu signo e preciso de uma fanpage para descobrir que calcinha eu prefiro usar? Sem comentários.

A maior prova de que as pessoas tem, literalmente, preguiça de escrever ou ler - mais ainda usando um mínimo de conhecimento ortográfico - foi quando no ano passado, ao perder uma pessoa muito querida próxima da minha família por um acidente grave, somente um único amigo “curtiu” a publicação. Ninguém, dentre os mais de 3 mil amigos virtuais, deixou se quer uma palavra de conforto. O texto era grande, precidido por uma foto minha tirada por esta pessoa. Nada que chamasse a atenção para o público “perder seu tempo” lendo tanto.

Acho que se eu tivesse comunicado o falecimento de um dos meus pais, ninguém teria percebido. A menos que eu tivesse usado os famosos “memes”, quem sabe?


 
Quando não há falta de comunicação, acontece o pior: a péssima comunicação. Quem não conhece alguém ou mesmo já vivenciou um tremendo bate-boca virtual. A mecânica é mesma de um jogo de ping pong. Cada um bate e rebate, de um lado e de outro. Até o caso terminar em exclusão e bloqueio ou, em casos piores, brigas reais, seguidas quiçá por processos judiciais.

Nesta hora, o número de caracteres não importa. Se atingir os 5 mil, basta apertar enter e seguir lavando a roupa. Dizem que muitos ficam mais macho com uma arma na mão. Preciso dizer que muito gente fica carojoso demais, dono na verdade e do conhecimento total do universo, quando esconde-se atrás de um teclado para fulminar seu oponente.

O problema é que comentários podem ser apagados a qualquer momento. E mesmo que todos seus conhecidos tenham lido e comentado, em minutos se esquecem, sedentos por novidades.
Porém, dificilmente os rastros deixados na vida real podem ser apagados. Brigas homéricas entre amigos, familiares e até parceiros amorosos podem muitas vezes começar indiretamente com a má interpretação de um texto. Lembrem-se que internet não vem com câmera ligada 24 horas, nem sensor de emoção na voz do emissor da mensagem. “Alho”, vira “bugalho” e mais tarde... você pode imaginar o que! E claro, de forma direta, com nome e sobrenome de todos os fatos e pessoas envolvidas, quando o ataque é feito no perfil do alvo, surpreendido quando entra on-line para checar suas atualizações.

É preciso lembrar que o Facebook, assim como outras redes sociais em extinção e ainda as que estão por vir, é uma excelente forma de rever o contato com velhos amigos, mante-los mesmo com a distância e sim, iniciar novas amizades. Comunicar-se de forma relativamente gratuita com toda world wide web. Uma ferramenta de grande utilidade, se usada de forma coerente.


Ria, mas não se desespere.
Compartilhe piadas, mas tenha certeza de que elas não sejam tão bobas para que você não passe por bobo.
Compartilhe seus sonhos, medos, receios, dúvidas. Seja você mesmo até o limite que seu senso de segurança permitir.
Mas não se esqueça: o mundo irreal, virtual, está cada vez mais real. O que você posta aqui, é sim, parte de um todo complexo e subjetivo, chamado VOCÊ.